domingo, 5 de abril de 2015

O acaso faz do amanhã uma eterna questão. 

Era domingo, triste sentimento característico de domingo, com uma dose a mais, como se tivesse errado o tempero e ficado mais forte. Na verdade, o problema é a falta  de tempero que o momento reluz. Caminhando parado, pedindo carona na rodovia que não passa carro algum, até as preces não chegam ao final, a fé está como uma lanterna com bateria no fim. Afinal, o que sou? Quem é  você?  Quem sou você. Como pode controlar assim meu estado de espírito? Como você pode mudar algo tão profundo que não tem possibilidades de ir embora? Só você tem a solução, eu não sou dono de mim. Eu sou o que você é. Minha solução virou meu problema, e o problema se tornou a sua própria solução, é igual gostar da distância e sofrer de saudade, nadar na tristeza e buscar felicidade, ter medo do escuro e apagar a luz, matar a sede e se afogar em lágrimas. Quem disse que eu não poderia me apaixonar por você estava certo. Bem verdade eu não posso amar, não sei gostar pouco, não sei sofrer de menos, não gosto de atalhos, nem meias palavras. Eu sou o que você é, eu tenho a solução para todos os seus problemas, só não consigo resolver os meus sozinhos, sem você. Em tampouco tempo me libertou de todos os fantasmas, mas sofro por você, de você. Me diz, em que você pensa quando se deita? Com o que você sonha?  Como entrou tão fácil no meu coração? Eu queria que soubesse que penso em você de uma forma constante, eu vejo com os seus olhos. Eu estou sozinho, e quero estar sozinho, mas a solidão me dói. Eu sei suas respostas, e refaço as perguntas, tão certo quanto o dia nascendo amanhã, são suas poucas palavras, que imagino o desenho de sua boca, o som surgindo até me fazer ouvir o que você não diz, o que talvez não sinta, eu sei o timbre da sua voz. Estou sentado em uma plateia onde o show está do lado de fora, vejo apenas o palco vazio. Apagaram as luzes, domingo não tem sessão, nem pipoca, algodão, tem solidão com tempero. Estou como esse lamento, sem parágrafos com anáfora, com a dor da sua saída de onde você não entrou, talvez passou na porta, que deixei aberta pra você.

Disse o louco para o são, que escreveu tudo com tinta transparente e guardou na sua caixinha de recados que ninguém leu.

 Até a próxima sessão.

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